Direitos civis do negro no Brasil, questão do apartheid na África do Sul e Libéria

                Embora a abolição da escravatura tenha ocorrido no Brasil em 1888, durante o Brasil-Império os negros continuaram sem direitos políticos e civis, visto que estes eram exclusivos para aqueles que possuíam posse e boa renda.

            Nesta época, mendicância e vadiagem eram considerados crimes, de acordo com a lei de “repressão à ociosidade” e os que a infringissem (em sua maioria negros ex escravos) seriam levados a colônias agrícolas para cumprirem pena de até três anos, resolvendo assim, a ausência do trabalho escravo nas lavouras de cana.

            Ao longo do tempo, negros tiveram que se adaptar á pequenos trabalhos artesanais, ambulantes, em construções civis ou em fábricas, este último particularmente, era o menos procurado visto que a prioridade era a contratação de brancos, portanto os negros sofriam com o preconceito.

            Embora no Brasil não houvesse a segregação de locais públicos como aconteceu nos Estados Unidos até os anos 60, os negros brasileiros enfrentaram muitas formas de discriminação mais sutis. Porém assim como na América do Norte, eram vítimas de insulto moral, no qual o preconceito está embutido em atitudes racistas e não necessariamente, na forma material, sendo assim, oculto. Os negros só adquiriram seus direitos civis durante a primeira gestão de Getúlio Vargas (1930-1934).

            No centenário da abolição da escravatura, em 1988, foi promulgada a nova constituição brasileira, em que finalmente, todos passaram a ser considerados iguais perante a lei. O racismo foi constituído como crime inafiançável e sujeito á pena de reclusão.

Artigo 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade

Com isto no Brasil nesta época, teve então suas ações afirmativas e reconhecimento da importância do negro na construção de nosso país. Esse modelo em seguida seria buscado nos Estados Unidos e na África do Sul com Nelson Mandela.

             Em 1913, foi iniciado o apartheid na África do Sul. Todos os negros, com exceção dos moradores da província do Cabo foram impedidos de comprarem terras fora das "reservas indígenas". Ainda naquele ano, a Lei de Terras Nativas dividiu a posse da terra na África do Sul por grupos raciais e em 1918 fora criada uma lei  para obrigar os negros a viverem em locais específicos.

            Mandela foi um dos principais líderes contra o apartheid na África do Sul, sendo eleito em 1994 e seu governo sendo considerado um marco divisório na história do país.

Mandela foi o primeiro governante negro e instalou a democracia plena que existe atualmente na África do Sul. Sua maior realização durante seu governo fora a criação da Comissão da Verdade e Reconciliação, encarregada de apurar os fatos ocorridos durante o apartheid  e a assegurar á minoria branca um futuro no país.

        Libéria

A Libéria se formou no séc. XIX  resultado da ação da organização criada por Robert Finley  nos EUA em 1816, com o  objetivo era levar para a África negros livres ou negros que tinham sido libertos da escravatura. De acordo com uma opinião prevalecente em alguns setores da população dos Estados Unidos da época, inclusive por movimentos negros. Em 1821, a Sociedade Americana de Colonização conseguiu adquirir uma parcela de terra perto da área do Cabo Mesurado, onde se fixariam os primeiros colonos negros oriundos dos Estados Unidos.

Em 1824 a colónia recebeu o nome de Libéria.
A 26 de julho de 1847a Libéria declarou a sua independência, tornando-se o primeiro país da África a proclamar independência. O país dotou-se de uma constituição decalcada da constituição americana, adotando símbolos nacionais que refletem a origem e experiência dos fundadores do país nos Estados Unidos. O primeiro Presidente do país foi Joseph Jenkins Roberts, um negro natural do estado da Virginia. O partido True Whig dominou a vida política desde o nascimento do país até 1980.