terça-feira, 6 de novembro de 2012

Hair

Contexto Histórico

As décadas de 60 e 70 foram bastante prósperas para os americanos, visto que o país estava quase recuperado dos desastres econômicos causados pela 2ª guerra mundial mas estavam envolvidos em dois outros problemas políticos:  Guerra Fria e a Guerra do Vietnã.
            O inicio dos anos 60 simbolizaram a realização de projetos culturais e ideológicos. No ramo da ideologia eram observados inúmeros setores sociais com opiniões que se opunham ao governo da época, defendendo ideias de esquerda e direitos civis. Já na parte cultural dos Estados Unidos da época, é possível notar um grande crescimento no cinema e na música, esta em especial, cresceu não apenas por conta de bandas de rock americanas que surgiam, mas também por conta da British invasion, que consistiu na entrada de inúmeras bandas britânicas que viriam a tornar-se muito famosas na América.
            Durante o período da Guerra Fria que se refere aos anos 60, foram realizadas varias descobertas tecnológicas com ênfase no ramo aeroespacial já que, em 1969, o primeiro homem á pisar na lua, Neil Armstrong, era americano.
            Nesta época, a população americana voltava a enriquecer e portanto, a consumir. Devido a isso, estima-se que em 1960 90% dos americanos possuíam televisão (algo inimaginável em anos anteriores). Este surto no mercado consumidor ficou conhecido como “explosão do consumo”.
            Houve também uma revolução comportamental por conta do surgimento do feminismo, os movimentos civis em favor dos negros e homossexuais,e do impacto que tiveram na sociedade ganhando força por todo o país.
Como parte da chamada contracultura da época não pode ser esquecido o movimento hippie, formado por jovens de classe média que protestavam contra as guerras em que os Estados Unidos estavam envolvidos e sua sociedade.
Durante os anos 70, o dólar, que vinha em constante queda desde os anos 60, continuava caindo (de 1972 para 1973 ele caiu em 10%), porém os investimentos militares não cessavam. O país que até alguns anos antes era invejado pelo resto do mundo vivia uma profunda crise.

Escândalo de Watergate

No ano de 1972, cinco homens invadiram o edifício Watergate, em Washington, sede do Partido Democrata. Sem sucesso na missão de instalar escutas telefônicas, os homens que diziam serem apoiadores do Partido Republicano, foram presos. No ano seguinte, um dos homens revelou que o então presidente, Richard Nixon, sabia do plano e usava seu poder político para abafar o caso.
Foram então exigidas cópias de todos os telefonemas do presidente, que confirmaram seu envolvimento com o caso, por ter sido descoberto, revelado pela mídia e pressionado pela população, Nixon renunciou ao cargo de presidente.
Petróleo
Graças ao desenvolvimento industrial e o aumento do poder aquisitivo da população, o consumo de petróleo nos EUA aumentava constantemente. Em 1970 o consumo era de aproximadamente 3,2 milhões de barris/dia; em 1973, havia aumentado para 6,2 milhões. Sua produção também era muito elevada (9,5 milhões de barris/dia em 1972). No entanto, a participação no mercado internacional havia caído drasticamente nos últimos anos devido à elevação do preço do barril do petróleo árabe. 
Um fator agravante foi a recusa de negociações por parte dos países árabes devido ao suporte americano a Israel. Esta situação ficou ainda pior após o apoio americano a Israel na guerra do Yom Kippur, em que Egito e Síria atacaram sorrateiramente Israel na tentativa de resgatar os territórios perdidos na guerra dos seis dias na década de 60.

Pós Guerra e Baby Boom

A segunda guerra mundial foi um período bastante conturbado na história e na sociedade em geral. Países como EUA, Inglaterra e França se uniram para guerrear contra as invasões da Alemanha Nazista e sua expansão territorial. Finalmente, em 1945, com o fim dos conflitos, o grupo dos Aliados, principalmente os Estados Unidos, venceu a guerra e, com isso, trouxe um grande prejuízo ao continente Europeu, sendo o maior palco dos conflitos. A guerra contabilizou um gasto total de 413,25 bilhões de libras, fabricou mais de 296 mil aviões e 53 milhões de toneladas de equipamentos navais. Apesar de todos os prejuízos algumas nações viram oportunidades de ganho econômico, ampliando as indústrias de metais pesados, principalmente nas áreas de alumínio, níquel, cromo e aço.
 Depois de estabilizada a situação os países aliados começaram a promover os diálogos sobre a situação política e econômica mundial. Entre os anos de 1943 e 1945, diversas reuniões internacionais foram realizadas com o propósito de selar diferentes acordos diplomáticos.
            A grande quantidade de mortos durante a guerra levou a um processo de explosão populacional chamado de Baby Boom. Em geral, o Baby boom é referido aos filhos da Segunda Guerra Mundial, crianças nascidas entre 1945 e 1964.   Muitos soldados, que participaram da guerra e sobreviveram, voltaram para casa e isso gerou um aumento muito grande nos índices de natalidade.
             Essa geração, por ter sido posterior aos conflitos, tinha como foco principal o lema “faça amor, não faça guerra” um protesto contra a guerra do Vietnã. Com o fim da guerra, além da vitória veio também uma grande quantidade de mortos. Mais de setenta milhões de pessoas, entre eles civis e militares, morreram durante os conflitos.
Bibliografia
Pessoas.hsw.uol.com.br
pt.wikipedia.org/wiki/baby-boom
História da Segunda Guerra Mundial – Ferro Marc – Editora Ática.

Guerra Fria

A Guerra Fria teve seu início após a 2ª Guerra Mundial, quando os Estados Unidos e a União Soviética disputavam pela hegemonia política, econômica e militar no mundo. Do lado ocidental, estavam os EUA, defendendo o sistema Capitalista (propriedade privada, economia de mercado e democracia). Do lado oriental, estava a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) defendendo o sistema Socialista, no qual existe um único partido, a sociedade é igualitária, economia planificada e não há democracia.

Nesta guerra, no entanto, não houve combate direto entre as duas nações. Esta é a razão pela qual a guerra se chama Guerra Fria. Apesar de ambos os lados possuírem centenas de armas nucleares, nenhuma foi disparada entre eles. Mas ocorreram combates em regiões como Vietnã e Coréia, em duas violentas guerras.

Dois blocos militares opostos foram criados. Um deles foi a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) em 1949, liderada pelos Estados Unidos e tinha como principais parceiros alguns países da Europa Ocidental. Em oposição à OTAN, foi formado o Pacto de Varsóvia, comandado pela URSS e tinha como membros Cuba, China, Coréia do Norte, Romênia, Alemanha Oriental, Albânia, Tchecoslováquia e Polônia.

Tanto os Estados Unidos quanto a União Soviética partiram para uma corrida armamentista e espacial. Como consequência desta corrida armamentista, os dois países mandaram milhares de tropas para países aliados e regiões vizinhas. Desta forma, havia um equilíbrio bélico que garantia que as nações não se atacassem, com medo do contra ataque. Isso podia ser chamado de Paz Armada, já que não havia combate direto entre os exércitos. Foram os Estados Unidos que lideraram a corrida armamentista.

Com relação à corrida espacial, foi a URSS a líder desta vez. Em 1957, a União Soviética lança o foguete Sputnik, com a cadela Laika dentro. Esta foi a primeira vez em que um ser vivo foi para o espaço. No entanto, em 1969, o homem chega à Lua na expedição americana Apollo 11.

Os americanos deram início a uma política de perseguição aos comunistas em seu território local e no mundo. Através da mídia (cinema, jornal, televisão, rádio, quadrinhos etc.), foram divulgadas diversas ideias contra o comunismo. Assim então foi idealizado o American Way of Life. Como resultado, muitos cidadãos americanos foram perseguidos e/ou presos por apresentarem ideias que remetiam ao socialismo. Uma política com esta ideologia foi o Macartismo, criado pelo senador Joseph McCarthy. Um exemplo de perseguição foi Charles Chaplin, que teve de fugir para a Inglaterra por ter ideias próximas do comunismo.

Para fortalecer o combate contra a expansão soviética pelo mundo, os EUA estabeleceram bases militares no Japão, na Coréia do Sul, Taiwan, Tailândia, Guam, Filipinas, Myanmar e Vietnã.

Após a Segunda Guerra, a Alemanha foi divida em República Federal da Alemanha (capitalista) e República Democrática da Alemanha (socialista). O Muro de Berlim foi construído 1961 com o objetivo de realizar esta divisão do território alemão.
No final dos anos 40, os Estados Unidos deram início ao Plano Marshall, no qual os americanos prestariam auxílio econômico aos países capitalistas destruídos pela 2ª Guerra. Do lado soviético, foi criado o COMECON, plano no qual a URSS prestaria auxílio mútuo entre os países soviéticos. 

No final dos anos 80, os países membros da União Soviética estavam muito atrasados economicamente e uma crise estava ocorrendo no socialismo. Em 1989, houve a queda do Muro de Berlim, unificando o território Alemão.  O capitalismo, então, começou a se difundir entre os países socialistas. No início dos anos 90, ocorreu o fim da União Soviética, acabando com a Guerra Fria.

Guerra do Vietnã

Guerra do Vietnã foi um conflito armado que começou no ano de 1959 e terminou em 1975. As batalhas ocorreram nos territórios do Vietnã do Norte, Vietnã do Sul, Laos e Camboja. Esta guerra pode ser enquadrada no contexto histórico da Guerra Fria.
O Vietnã havia sido colônia francesa e no final da Guerra da Indochina (1946-1954) foi dividido em dois países. O Vietnã do Norte era, comandado por Ho Chi Minh, possuindo orientação comunista pró União Soviética. O Vietnã do Sul, uma ditadura militar, passou a ser aliado dos Estados Unidos e, portanto, com um sistema capitalista.
A relação entre os dois Vietnãs, em função das divergências políticas e ideológicas, era tensa no final da década de 1950. Em 1959, vietcongues (guerrilheiros comunistas), com apoio de Ho Chi Minh e dos soviéticos, atacaram uma base norte-americana no Vietnã do Sul. Este fato deu início a guerra. 

Entre 1959 e 1964, o conflito restringiu-se apenas ao Vietnã do Norte e do Sul, embora Estados Unidos e também a União Soviética prestassem apoio indireto.
Em 1964, os Estados Unidos resolveram entrar diretamente no conflito, enviando soldados e armamentos de guerra, e também começaram a usar armas químicas como o napalm, o antrax e o agente laranja.
Os soldados norte-americanos sofreram num território marcado por florestas tropicais fechadas e grande quantidade de chuvas. Os vietcongues utilizaram táticas de guerrilha, enquanto os norte-americanos empenharam-se no uso de armamentos modernos, helicópteros e outros recursos.


No final da década de 1960, era claro o fracasso da intervenção norte-americana. Mesmo com tecnologia avançada, não conseguiam vencer a experiência dos vietcongues. Para piorar a situação dos Estados Unidos, em 1968, o exército norte-vietnamita invadiu o Vietnã do Sul, tomando a embaixada dos Estados Unidos em Saigon. O Vietnã do Sul e os Estados Unidos responderam com toda força. É o momento mais sangrento da guerra.

          No começo da década de 1970, os protestos contra a guerra aconteciam em grande quantidade nos Estados Unidos. Jovens, grupos pacifistas e a população em geral iam para as ruas pedir a saída dos Estados Unidos do conflito e o retorno imediato das tropas. Neste momento, já eram milhares os soldados norte-americanos mortos no conflito. A mídia mostrava as cenas violentas e cruéis da guerra.

        Sem apoio popular e com derrotas seguidas, o governo norte-americano aceita o Acordo de Paris, que previa o cessar-fogo, em 1973. Em 1975, ocorre a retirada total das tropas norte-americanas. É a vitória do Vietnã do Norte.

        O conflito deixou mais de 1 milhão de mortos (civis e militares), o dobro de mutilados,  feridos e inúmeras crianças órfãs,  resultantes ou da morte dos pais ou dos estupros praticados pelos soldados norte-americanos. A guerra arrasou campos agrícolas, destruiu casas e provocou prejuízos econômicos gravíssimos no Vietnã.

       O Vietnã foi reunificado em 2 de julho de 1976 sob o regime comunista, aliado da União Soviética.
 
Agente laranja sendo jogado.

O Movimento Hippie e Beatnik

O Movimento Beatnik
“Nossas malas estão na calçada de novo. As estradas eram mais longas, mas não importava. A estrada é a vida”.
Jack Kerouak em “On the Road”

A geração Beat, formada principalmente por grupos de jovens intelectuais americanos na década de 50, tinha como o principal objetivo se expressar livremente, deixando de lado a vida ordenada imposta pelo governo dos Estados Unidos após a segunda guerra mundial. Eram disseminadores da contracultura (movimento que negava a cultura de massa), que explodiu apenas em 1960 com o movimento hippie.
Através da literatura, os beatniks tentavam demonstrar o modo como enxergavam o mundo, regado à drogas, álcool, jazz (principalmente o jazz bop de Charlie Parker e Thelonious Monk) , sexo livre e viagens.     Uma das maiores características do movimento era a inconstância, a vida nas estradas, uma vida sem nenhum planejamento.
Seus principais ícones são: Jack Kerouak com sua obra “On the Road” escrita em 1957, Allen Ginsberg com “Uivo e Outros Poemas” de 1956, William Burroughs com “Almoço Nu” (1959) e Gregory Corso com “Bomb” (1960).
Os livros da geração Beatnik têm como principais características a intensidade não só no estilo narrativo, mas também nas personagens, a linguagem informal (cheio de gírias) , o apoio à igualdade étnica e a grande valorização da transmissão oral.
O pano de fundo do movimento foi a Guerra Fria. Por causa disso, o governo estado-unidense era repressor e conservador, dificultando a distribuição dos livros e poemas beatniks. A censura proibiu diversas obras, entre elas “Almoço Nu” de William Burroughs, que foi processado e acusado de subversivo. Sendo assim, a literatura beatnik só adquiriu popularidade após a divulgação dos processos dos autores pela imprensa.
O movimento influenciou os hippies na década de 60, que herdaram o hábito de consumir drogas em excesso e o amor livre. Além disso, teve grande influência no movimento homossexual e feminista devido à luta constante dos beats pela liberdade sexual e na música de Bob Dylan e Jim Morrison.  Hoje em dia, os livros da geração Beatnik são considerados no mundo todo como ícones da literatura.

Contracultura e Movimento Hippie

O Movimento Hippie norte-americano faz parte do movimento de contracultura, o qual teve seu início na década de 60. Houve muitos grupos de contracultura nos EUA, contudo os hippies foram o mais importante. A contracultura consiste na negação dos valores impostos pela sociedade norte-americana, que valorizava uma família formada, com dinheiro, um bom carro, etc. Na década de 60, os bebês nascidos no baby-boom pós Segunda Guerra Mundial estavam entrando na idade adulta, e são as principais personagens do movimento hippie de contracultura. 
Esses jovens, diante de todas as contradições da sociedade norte-americana, passam a defender valores totalmente opostos aos impostos por ela, adotando um modo de vida comunitário ou nômade, negando a Guerra do Vietnã (inclusive recusando-se a participar do exército), pregando a prática do amor livre sem distinções, a abolição do casamento convencional, o uso de drogas, o rock, a não violência, entre outros. Os hippies usavam barbas e cabelos compridos, ao contrário do padrão dos norte-americanos, que, assim como os militares, cortavam os cabelos bem curtos. Isso era as vezes visto com uma ofensa ou algo anti-higiênico. Eles faziam artesanato e usavam roupas diferentes dos convencionais ternos, como sandálias e muitas cores, negavam o nacionalismo, defendiam a liberdade, não eram muito ligados à tecnologia, pois preferiam o contato com a natureza.
Em 1968, o musical “Hair”, produto do movimento hippie, que mostra uma tribo e critica a Guerra do Vietnã, passou do circuito off-Broadway para a Broadway, mostrando que a contracultura já havia conquistado um grande espaço na sociedade norte-americana.
O Festival de Woodstock foi um importante marco neste movimento, em 1969. Em uma fazenda no interior do país, 500 mil jovens se reuniram por três dias em um festival musical onde todos dormiam, se alimentavam, se drogavam, praticavam o amor livre, e assistiam à apresentações musicais, nas quais os músicos criticaram a guerra, e protestaram contra a situação de desigualdade e segregação social estado-unidense. Um exemplo é o guitarrista Jimi Hendrix, que, em uma apresentação histórica, improvisou o hino nacional norte-americano com efeitos que simulavam barulho de bombas e tiros de metralhadora.
A contracultura e o movimento hippie prolongaram-se até a década de 70, espalhando-se para o resto do mundo e levando consigo as músicas de protesto, a negação do “american way of life” entre outras características, as quais assumiram as mais diversas formas nos diferentes países em que se manifestaram. No Brasil, este movimento influenciou a estética dos jovens, que aderiram à moda e forma de vestir dos hippies, deixando de lado os aspectos sociais e políticos do movimento.
Nos Estados Unidos, a contracultura foi importante, pois impulsionou movimentos como o da democracia racial, na década de 70, e, além disso, acarretou em mudanças de comportamento social, quando o jovem contestou os valores impostos e tentou transformar a sociedade na qual vivia, marcada por segregações e desigualdade.