terça-feira, 6 de novembro de 2012

O Movimento Hippie e Beatnik

O Movimento Beatnik
“Nossas malas estão na calçada de novo. As estradas eram mais longas, mas não importava. A estrada é a vida”.
Jack Kerouak em “On the Road”

A geração Beat, formada principalmente por grupos de jovens intelectuais americanos na década de 50, tinha como o principal objetivo se expressar livremente, deixando de lado a vida ordenada imposta pelo governo dos Estados Unidos após a segunda guerra mundial. Eram disseminadores da contracultura (movimento que negava a cultura de massa), que explodiu apenas em 1960 com o movimento hippie.
Através da literatura, os beatniks tentavam demonstrar o modo como enxergavam o mundo, regado à drogas, álcool, jazz (principalmente o jazz bop de Charlie Parker e Thelonious Monk) , sexo livre e viagens.     Uma das maiores características do movimento era a inconstância, a vida nas estradas, uma vida sem nenhum planejamento.
Seus principais ícones são: Jack Kerouak com sua obra “On the Road” escrita em 1957, Allen Ginsberg com “Uivo e Outros Poemas” de 1956, William Burroughs com “Almoço Nu” (1959) e Gregory Corso com “Bomb” (1960).
Os livros da geração Beatnik têm como principais características a intensidade não só no estilo narrativo, mas também nas personagens, a linguagem informal (cheio de gírias) , o apoio à igualdade étnica e a grande valorização da transmissão oral.
O pano de fundo do movimento foi a Guerra Fria. Por causa disso, o governo estado-unidense era repressor e conservador, dificultando a distribuição dos livros e poemas beatniks. A censura proibiu diversas obras, entre elas “Almoço Nu” de William Burroughs, que foi processado e acusado de subversivo. Sendo assim, a literatura beatnik só adquiriu popularidade após a divulgação dos processos dos autores pela imprensa.
O movimento influenciou os hippies na década de 60, que herdaram o hábito de consumir drogas em excesso e o amor livre. Além disso, teve grande influência no movimento homossexual e feminista devido à luta constante dos beats pela liberdade sexual e na música de Bob Dylan e Jim Morrison.  Hoje em dia, os livros da geração Beatnik são considerados no mundo todo como ícones da literatura.

Contracultura e Movimento Hippie

O Movimento Hippie norte-americano faz parte do movimento de contracultura, o qual teve seu início na década de 60. Houve muitos grupos de contracultura nos EUA, contudo os hippies foram o mais importante. A contracultura consiste na negação dos valores impostos pela sociedade norte-americana, que valorizava uma família formada, com dinheiro, um bom carro, etc. Na década de 60, os bebês nascidos no baby-boom pós Segunda Guerra Mundial estavam entrando na idade adulta, e são as principais personagens do movimento hippie de contracultura. 
Esses jovens, diante de todas as contradições da sociedade norte-americana, passam a defender valores totalmente opostos aos impostos por ela, adotando um modo de vida comunitário ou nômade, negando a Guerra do Vietnã (inclusive recusando-se a participar do exército), pregando a prática do amor livre sem distinções, a abolição do casamento convencional, o uso de drogas, o rock, a não violência, entre outros. Os hippies usavam barbas e cabelos compridos, ao contrário do padrão dos norte-americanos, que, assim como os militares, cortavam os cabelos bem curtos. Isso era as vezes visto com uma ofensa ou algo anti-higiênico. Eles faziam artesanato e usavam roupas diferentes dos convencionais ternos, como sandálias e muitas cores, negavam o nacionalismo, defendiam a liberdade, não eram muito ligados à tecnologia, pois preferiam o contato com a natureza.
Em 1968, o musical “Hair”, produto do movimento hippie, que mostra uma tribo e critica a Guerra do Vietnã, passou do circuito off-Broadway para a Broadway, mostrando que a contracultura já havia conquistado um grande espaço na sociedade norte-americana.
O Festival de Woodstock foi um importante marco neste movimento, em 1969. Em uma fazenda no interior do país, 500 mil jovens se reuniram por três dias em um festival musical onde todos dormiam, se alimentavam, se drogavam, praticavam o amor livre, e assistiam à apresentações musicais, nas quais os músicos criticaram a guerra, e protestaram contra a situação de desigualdade e segregação social estado-unidense. Um exemplo é o guitarrista Jimi Hendrix, que, em uma apresentação histórica, improvisou o hino nacional norte-americano com efeitos que simulavam barulho de bombas e tiros de metralhadora.
A contracultura e o movimento hippie prolongaram-se até a década de 70, espalhando-se para o resto do mundo e levando consigo as músicas de protesto, a negação do “american way of life” entre outras características, as quais assumiram as mais diversas formas nos diferentes países em que se manifestaram. No Brasil, este movimento influenciou a estética dos jovens, que aderiram à moda e forma de vestir dos hippies, deixando de lado os aspectos sociais e políticos do movimento.
Nos Estados Unidos, a contracultura foi importante, pois impulsionou movimentos como o da democracia racial, na década de 70, e, além disso, acarretou em mudanças de comportamento social, quando o jovem contestou os valores impostos e tentou transformar a sociedade na qual vivia, marcada por segregações e desigualdade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário